Ausência de caixa preta dificulta investigação de queda de avião no Pantanal com 4 mortos; entenda

  • 26/09/2025
(Foto: Reprodução)
Dracco investiga queda de avião que matou quatro pessoas no Pantanal O avião que caiu na terça-feira (23) em Aquidauana (MS), no Pantanal, não possuía caixa preta, o que dificulta a investigação sobre as causas do acidente, segundo a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil (Dracco). A queda resultou na morte do arquiteto chinês Kongjian Yu, de 62 anos; dos cineastas brasileiros Luiz Ferraz, de 42 anos, e Rubens Crispim Jr., de 51 anos; e do piloto Marcelo Pereira de Barros, de 59 anos, proprietário da aeronave. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp O avião era um Cessna 175, fabricado em 1958, modelo que não dispõe de caixa preta. Conforme a Força Aérea Brasileira, esse tipo de equipamento só passou a ser adotado nos Estados Unidos a partir de 1960. Nenhuma aeronave desse modelo fabricada entre 1958 e 1962 vinha equipado com caixa preta. A ausência da caixa preta dificulta a apuração das causas do acidente porque esse equipamento registra dados cruciais do voo, como velocidade, altitude, posição da aeronave e funcionamento dos sistemas. Também grava as conversas entre os tripulantes na cabine. Essas informações costumam ser decisivas para entender o que ocorreu nos momentos que antecederam a queda. Registrado sob a matrícula PT-BAN, o avião era de pequeno porte e autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a operar apenas sob regras visuais e durante o dia. O modelo não possui instrumentos adequados para voos noturnos ou em condições meteorológicas adversas, exigindo que o piloto mantenha referência visual com o horizonte e o solo. LEIA TAMBÉM: 'Minha jornada está começando', disse arquiteto chinês em último vídeo postado antes de morrer em queda de avião no Pantanal Avião que caiu no Pantanal e matou 4 pessoas é periciado pelo Cenipa e pela Polícia Civil Avião que caiu e matou quatro pessoas no Pantanal: o que se sabe e o que falta saber Avião que caiu no Pantanal fazia voo irregular e pousou fora do horário permitido, afirma polícia Irregularidades A Polícia Civil investiga duas possíveis irregularidades: voo fora do horário permitido e transporte remunerado de passageiros sem autorização. Testemunhas relataram que o avião sobrevoou a região pantaneira durante todo o dia, realizando diversos pousos e decolagens. A pista da Fazenda Barra Mansa, onde ocorreu o acidente, só podia ser utilizada até as 17h39, mas a queda aconteceu após as 18h. Segundo amigos das vítimas, os documentaristas e o arquiteto gravavam um documentário sobre as "cidades-esponja", conceito criado pelo arquiteto chinês. A Olé Produções, responsável pelo documentário, disse que o voo era pago. Infográfico - queda de avião mata 4 pessoas em MS Arte/g1 Exames de DNA Os corpos das quatro vítimas ficaram completamente carbonizados devido à explosão da aeronave, o que impossibilita a identificação visual ou por impressões digitais. Todos permanecem no Instituto Médico Legal (IML) de Aquidauana (MS) e só poderão ser identificados por meio de exame de DNA, segundo a funerária PAX, responsável pelo transporte. Os corpos do cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, do documentarista Rubens Crispim Junior e do piloto Marcelo Pereira Barros, passaram por necropsia na quarta-feira (24). O corpo do arquiteto chinês Kongjian Yu, não será periciado neste momento. Conforme as autoridades, por tradição cultural chinesa, procedimentos desse tipo só podem ser realizados com a presença de familiares, que deverão vir ao Brasil para acompanhar o processo de liberação. O IML também aguarda a presença das famílias das outras vítimas para a coleta do material genético que será utilizado na comparação de DNA. Acidente O acidente ocorreu ao lado da pista de pouso da fazenda, que recebe turistas nacionais e estrangeiros. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave tentou arremeter durante o pouso, mas perdeu altitude e caiu cerca de 100 metros da cabeceira. Funcionários da fazenda utilizaram um trator e um caminhão-pipa para conter o incêndio após a explosão, que carbonizou os corpos dos ocupantes. Inicialmente, trabalhadores da fazenda informaram que a manobra de arremetida foi provocada pela presença de uma manada de queixadas — porcos-do-mato — na pista. No entanto, essa hipótese foi descartada pela Polícia Civil. “Houve o cuidado do pessoal de apoio da região de percorrer a pista. Já não existiam esses animais, em que pese estivessem presentes antes, então não estão relacionados a essa arremetida na pista”, afirmou a delegada. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que as condições climáticas eram favoráveis no momento do acidente, com céu limpo e ausência de chuva ou ventos significativos. Avião que matou 4 pessoas está sendo periciado em Aquidauana (MS) Dracco O arquiteto chinês Kongjian Yu, o documentarista Luiz Ferraz, o diretor de fotografia Rubens Crispim Jr. e o piloto Marcelo Pereira de Barros morreram na queda de um avião em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul Montagem/g1 Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

FONTE: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2025/09/26/ausencia-de-caixa-preta-dificulta-investigacao-de-queda-de-aviao-no-pantanal-com-4-mortos-entenda.ghtml


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